Pular para o conteúdo principal

A vida e o reinado do Rei Davi


Prólogo

Se fosse perguntado a um cristão, de forma aleatória, qual rei de Israel ele mais gostava, ou, até mesmo para simplesmente citar de cabeça um rei, muito provavelmente a resposta seria o rei Davi. Sem sombra de dúvidas o reinado davídico foi o mais importante e o que mais marcou na história de Israel.

Sendo assim posto, abordaremos sobre a vida, ministério e reinado daquele que aparece primariamente como um jovem pastor de ovelhas e com o tempo se torna, além de um grande rei, um poderoso guerreiro.

O ungido de Deus

O povo de Israel, ao contrário das nações em derredor, não tinha um rei que lhes governasse. Tivemos um breve momento de reinado, não ungido por Deus, quando Abimeleque filho de Gideão, mata seus irmãos e se proclama rei, logo após a morte de seu pai (Jz 9:6). Mas, mesmo tendo reinado por um breve período, não é contado como rei escolhido por Deus e não entra na linha dos que foram escolhidos para se assentar no trono de Israel.

O povo sente inveja das nações em volta, por ter elas um rei que lhes governasse, e pedem ao profeta Samuel um rei. O profeta tenta convencer o povo que era o Senhor quem deveria governa-los e não um rei, mas não conseguiu mudar o desejo do povo. Então o Senhor atende ao desejo de todos e manda Samuel ungir a Saul como rei. Saul era jovem, forte e bem alto, sua família era rica e poderosa (1Sm 9:1-2).

Mas Saul começa a fazer coisas que desagradavam a Deus e este passa a rejeitá-lo. Saul passa a entristecer o coração de Deus, e este então escolhe para si outro servo para ser ungido rei em lugar de Saul (1Sm 13:13-14). Surge então na história a figura de Davi!

Depois de ter rejeitado a Saul, por seus pecados e desobediência contra o Senhor Deus, Samuel é enviado para ungir um novo rei sobre Israel, assim Deus lhe ordena ir a casa de Jessé, para que lá fosse escolhido um de sus filhos e sobre este derramado o azeite sobre a cabeça e fosse ungido rei. Ao chegar na casa de Jessé, com o pretexto de fazer um sacrifício ao Senhor, ele consagra Jessé e seus filhos e os convida para o sacrifício. Uma nota interessante é que Samuel ao entrar e ver Eliabe, um jovem alto e forte, acredita que seria este o escolhido de Deus. Vamos meditar um pouco sobre este episódio.

Israel nunca tivera, até pouco tempo, um rei ungido da parte de Deus que reinasse sobre Israel, o que logo implica, que nunca antes um sacerdote chegou a ungir alguém para tal função. Samuel foi o primeiro, nunca antes ele fizera isso, ou qualquer outro. Sua primeira experiência, muito provavelmente, lhe foi parâmetro para a realização da segunda. Na primeira vez Deus diz a Samuel que o ungido seria um jovem alto e forte, logo, acredito ter sido isso que veio à mente do profeta ao se deparar com outro jovem alto e forte. Todavia, Deus não se prende à apenas o físico, mas o interior, isto é, o coração. Feita essa breve nota, continuaremos com a escolha.

Jessé fez passar sete de seus filhos perante Samuel e nenhum deles foi escolhido por Deus. Samuel indaga a Jessé se havia acabado os filhos, se aqueles eram todos. Jessé então lembra-se do mais moço, que cuidava das ovelhas. Samuel então manda que o chamassem e que não se sentariam para comer até que o mais novo lhe fosse apresentado. Davi então é trazido a presença de Samuel, um jovem de bela aparência, ruivo e de belos olhos, imediatamente o Senhor manda que Samuel ungisse a Davi e naquele exato momento, o Espírito de Deus se apoderou de Davi (1Sm 16:13).

Davi, o novo ungido

Agora o Espírito de Deus passa a habitar em Davi. Ao contrário de nossos dias, onde o Espírito Santo habita em todos os servos de Deus, no Antigo Testamento vemos uma ação mais limitada do Espírito. Não que o Espirito de Deus não tivesse capacidade, muito pelo contrário, mas em varias passagens vemos uma ação mais temporária e em pessoas específicas em momentos específicos. Um exemplo se da no caso de Moisés, em determinado momento, Moisés está tão exausto e cansado da reclamação do povo contra ele, que chega ao ponto de pedir a Deus sua própria morte (Nm 11:15), tamanha a carga que lhe estava sobre os ombros. A fim de aliviar essa carga, Deus então tira parte do Espírito que estava em Moisés e divide com outros 70 anciãos, para ajudar a Moisés no lidar com o povo (Nm 11:1-17).

Como vemos, o Espírito de Deus não estava presente na vida de muitos naquela época, limitando a um número pequeno de pessoas. Não diferente vemos no contexto de Davi, quando Saul é ungido por Samuel, o Espírito de Deus passa a habitar em Saul, contudo, logo após Deus ter rejeitado Saul pelos seus pecados e sua desobediência, Deus decide que seu Espírito irá repousar sobre outro. Assim que Davi é ungido, o relato bíblico nos conta que ele é possuído pelo espírito de Deus, e Saul deixa de ser habitado por esse mesmo Espírito.  As escrituras vão dizer que um outro espírito, maligno, enviado pelo próprio Deus passa a atormentar Saul. Para que esse espírito se afastasse de Saul, sugeriram ao rei que chamasse um homem dentre o povo que fosse apto em tocar arpa. Assim indicaram a Davi, jovem bem-educado, destemido, forte e guerreiro. Homem que sabia tocar muito bem arpa. Assim, Saul manda mensageiros a casa de Jessé, pai de Davi, pedindo que enviasse seu filho para tocar para o rei. Jessé envia seu filho, juntamente com um jumento carregado de vinho, pão e um cabrito, presentes para o rei. Chegando lá, Saul se agradou tanto de Davi que o fez seu escudeiro e todas as vezes que o espírito mau atormentava Saul, Davi tocava sua arpa e afugentava o espírito mau, devido em Davi habitar o Espírito de Deus. Nesse momento em diante, Davi passa a servir Saul (1Sm 16:14-23).

A batalha contra o gigante filisteu

Um dos grandes eventos que marcam a vida de Davi, foi sem dúvidas sua luta contra Golias, o gigante filisteu. O povo estava sendo intimidado pelo exército filisteu, e no campo de batalha, certo soldado inimigo que media cerca de 2,90 metros de altura, todos os dias desafiava Israel, isso durou 40 dias. Não tinha ninguém com coragem para enfrenta-lo e todos ouviam as afrontas de Golias, mas ninguém se dispunha a enfrenta-lo. Jessé manda que Davi leve suprimentos para seus irmãos e também se certifique que eles se encontravam bem. Assim, no dia seguinte as ordens de seu pai, Davi sai bem cedo de casa e ruma em direção ao acampamento onde se reuniam o exército de Israel. Chegando lá, ele entrega os mantimentos para ao guarda responsável. Quando Davi estava conversando com alguns dos soldados no acampamento, Golias fez o que todos os dias tinha costume de fazer, desafiar o exército de Israel. Mas como acontecia sempre, os soldados israelitas fugiam aterrorizados. Isso gerou em Davi certa revolta, e ele começou a perguntar a todos o que ganharia quem matasse aquele gigante, e sempre que ele perguntava a resposta era a mesma, que aquele que conseguisse matar Golias, se casaria com a filha do rei e também a casa de seu pai seria livre de impostos. Eliabe, irmão de Davi, ao vê-lo conversando com aqueles homens foi até Davi e mandou-lhe ir embora cuidar de suas poucas ovelhas. Davi não foi, pelo contrário se apresentou ao rei para ir a batalha. Saul se espantou, pois Davi ainda era muito novo e Golias era um homem de guerra desde a mocidade. Davi relata ao rei que já havia lutado contra um leão e contra um urso, para defender suas ovelhas dos ataques desses animais e que da mesma forma que Deus foi com ele contra as feras selvagens, também seria contra aquele incircunciso. Saul tenta armar Davi com seu traje de batalha, mas Davi não era acostumado com tudo aquilo e mau conseguia se mover. Davi então, pega 5 pedras lisas de um ribeiro, coloca em seu alforje. Leva em suas mãos o seu cajado e sua funda e vai à luta. A Bíblia relata que ele vai em nome do Senhor dos Exércitos. Ora, Golias tinha zombado da aparência de Davi, mas mesmo sendo menor Davi atira com sua funda e acerta a testa de Golias, vindo este ao solo, logo em seguida apanha da espada de Golias e lhe corta a cabeça. Ao ver isso, o restante do exército filisteu ficou com tanto medo que fugiram e foram perseguidos e mortos pelos soldados de Israel. Esse feito foi um marco que fez de Davi muito famoso. Logo em seguida ele passa a ser comandante do exército de mil do rei. Com isso Davi se tornou muito amigo de Jônatas, filho de Saul, e os dois fizeram um voto e Jônatas deu a Davi sua capa, sua armadura, seu arco e sua espada.
Como Davi ficou muito famoso, isso gerou ciúmes em Saul, as mulheres fizeram uma música onde diziam que Saul matou milhares, mas Davi dezenas de milhares e isso causou ira em Saul. Desse dia em diante Saul passou a planejar constantemente a morte de Davi.

Davi foi testado varias vezes, uma vez ao tocar arpa para acalmar Saul, este tentou cravar-lhe uma lança ao peito de Davi. Em outra oportunidade, ao tentar fazer de Davi seu genro, Saul pede a Davi cem prepúcios de filisteus como dote de casamento de Mical, achando Saul que Davi morreria. Davi traz os prepúcios para Saul e toma a Mical por mulher.  

Em certa ocasião, Saul chega a pedir que Jônatas e seus servos matassem a Davi, por entender que o Senhor era com Davi e em tudo era Davi bem-sucedido, mas Jônatas defende Davi, pois amava ele como um irmão. Assim Jônatas avisa a Davi do intento do pai.

Davi passa a ser perseguido por Saul

A fama de Davi cresceu muito, devido o fato dele ser bem-sucedido em tudo que fazia. Davi se tornou um grande guerreiro e um grande estrategista, e isso criou um grande ciúme em Saul, que passou a querer matar a Davi a todo custo.

Saul passa a perseguir Davi, por uma vez Mical esposa de Davi, desce ele por cordas para que Davi fugisse de Saul. Durante a celebração da lua nova, Davi e Jônatas fizeram um novo acordo, e caso fosse constatado por Jônatas que seu pai tinha a intenção de matar Davi, este fugiria para preservar sua vida. De fato, ocorrei o que Davi tinha alertado a Jônatas e Saul se irritou com a ausência de Davi na celebração da lua nova. Desse dia em diante Saul passou a perseguir com mais vigor a Davi. Davi chegou a pedir alimento ao sacerdote Aimeleque, que lhe deu dos pães consagrados por não haver pão comum. Davi era um homem de Deus e durante as perseguições de Saul, Davi teve oportunidades de matar o rei se ele quisesse, como no caso em que Saul foi aliviar o ventre na mesma caverna onde se escondia Davi e seus homens. Davi corta um pedaço da capa de Saul e não lhe mata, e outra vez quando o Senhor fez Saul e seus soldados dormirem e Davi foi ao acampamento e pegou a lança e o jarro de Saul. Em ambas as vezes Davi se apresenta ao rei com os objetos na mão e mostra que poderia ter matado a Saul, mas teve misericórdia.

Em meio as perseguições, Davi teve de se virar para conseguir sobreviver e se alimentar, não só a si mesmo, mas também aos 600 homens que lhe acompanhavam. Em um desses momentos ele conhece uma mulher sábia de nome Abigail, que para salvar seu insensato marido oferece uma oferta de provisões a Davi que aceita e desiste de matar o marido da mulher, Nabal. O Senhor acaba por ferir Nabal que morre e em seguida Davi toma por mulher Abigail e também Ainoã, ambas se tornaram suas esposas.

Como Davi não podia voltar para sua terra, por conta de Saul querer mata-lo, Davi vai ter com os filisteus. Davi pede a Áquis, rei de Gate, que lhe desse uma cidade para ele e seus homens morarem. Áquis então lhe concede a cidade de Ziclague e Davi passa a habitar ali. Davi guerreou em favor do rei e dos filisteus (1Sm 27:7-12). Quando os filisteus foram atacar Israel, Davi e seus homens foram juntos, porém os comandantes dos exércitos dos filisteus não gostaram de ver Davi, um israelita, no meio deles. Eles temiam que Davi se voltasse contra os filisteus durante a batalha a fim de conquistar o perdão real com tal atitude. Assim Áquis agradece a Davi e o dispensa da batalha.

Ao voltar para Ziclague, Davi e seus homens percebem que a cidade foi invadida e saqueada pelos amalequitas, que também incendiaram a cidade. Todos os homens de Davi juntamente com ele choraram amargamente até não terem mais forças, pois suas famílias foram levadas prisioneiras. A revolta foi tão grande que Davi correu o risco de ser apedrejado (1Sm 30:6). Mas ao consultar ao Senhor, Davi teve a resposta de Deus que ele deveria perseguir os amalequitas que certamente ele venceria e conquistaria de volta tudo que lhe foi levado. E assim se sucedeu, Davi alcança eles junto de sua tropa e lhes infringe grande matança, conquistando de volta seus bens e suas famílias, bem como suas duas mulheres e grande despojo, que foi repartido em partes iguais com todos.

A morte de Saul, Davi é o novo rei

Davi respeitava Saul, e de maneira alguma tentou mata-lo, pois acreditava que ninguém deveria estender a mão contra um ungido do Senhor. Mas, o trono haveria de mudar de comando, Deus já tinha rejeitado a Saul e amado Davi. Quando Saul vai a guerra juntamente com seus filhos, um deles Jônatas, grande amigo de Davi, todos morrem. Quando Davi ficou sabendo do que ocorrera chorou amargamente a morte do rei e de seu grande amigo Jônatas. (1Sm 31).

Após a morte de Saul, o povo então unge Davi como rei, primeiramente sobre Hebrom, pois Saul ainda tinha um filho que foi ungido rei em seu lugar. Mas com o tempo, Deus confirmou o reinado a Davi e ele passou a reinar depois sobre Judá e por fim sobre todo o Israel. A família de Saul foi sendo morta aos poucos, mas Davi ordenava a morte de todos os que feriam os da casa de Saul, por amor ao antigo rei, ungido do Senhor.

Um dos primeiros atos de Davi após ser entronado sobre todo Israel, foi levar a arca da aliança para a cidade de Davi. A arca era algo sagrado e não podia ser tocada e nem carregada de qualquer forma. O próprio Davi reconhece que agiu de maneira errada e chama os levitas para fazer da maneira correta (1Cr 15). Um dos erros do rei foi ter colocado a arca sobre um carro novo de bois, pois durante o caminho os bois tropeçaram e Uzá ao estender a mão para não deixar a arca cair, morreu imediatamente, pois a ira de Deus se acendeu. O rei se entristeceu e temeu ao Senhor, por isso decidiram deixar a arca na casa de Obede-Edom, o geteu. O Senhor abençoou a casa de Obede-Edom e isso foi bem visto aos olhos de Davi, que decidiu então continuar a viagem da arca para a cidade de Davi. Desta vez, Davi fez o correto, sacrificava um animal a cada etapa do caminho, sem pressa. Vestido com o colete sacerdotal iam cantando e louvando ao Senhor pelo caminho até chegarem a seu destino. Ao chegaram, colocaram a arca na tenda que Davi havia feito para ela (2Sm 6).

Davi era um homem muito grato a Deus e ao se ver em um lindo palácio e a arca do Senhor em uma tenda, isso incomodou a Davi que desejou fazer um templo para que a arca fosse depositada e o Senhor fosse louvado, porém Deus não permitiu que Davi construísse o templo devido haver muito sangue em suas mãos, mas prometeu que um de sua casa haveria de construir o templo. (1Cr 28:3).

Uma das coisas que mais me chama a atenção em Davi, era seu amor pelo Senhor, ele poderia muito bem deixar para um de seus filhos toda a tarefa que envolvia a construção do templo, mas Davi amava demais a Deus para ficar de braços cruzados. De fato, ele não construiu o templo, mas ajudou bastante no processo. Davi de antemão já tinha providenciado a planta do templo, bem como já tinha começado a armazenar todo o material que seria necessário para a realização do mesmo. Madeira, bronze, prata e ouro, muito ouro. Uma das coisas que me admiram é que Davi oferta de seu tesouro pessoal, ouro de Ofir, que era um dos mais valiosos da época, tudo por amor ao Senhor seu Deus. (1Cr 28:11-21; 29:1-9).



Davi, um grande homem e um grande guerreiro

Davi se tornava cada vez mais um excepcional líder, um grande e temido guerreio. Ele travou grandes batalhas contra diversos povos e sempre era vencedor. Davi conquistava as cidades que atacava, submetia os povos a seu domínio e com isso obrigava-os a lhe pagar tributos, aumentando ainda mais sua riqueza. Fora todo o despojo que ele tomava em cada vitória sobre os inimigos. Outro ponto importante, era que Davi era um homem justo e temente a Deus, ele passou a trazer paz para Israel com justiça e equidade e o Senhor lhe garantia o sucesso em tudo (2Sm 8). Sempre que um povo tentava se levantar e lutar contra Davi, Deus garantia a vitória para Davi. Seus guerreiros eram bravos e destemidos, peritos em estratégias e Davi também se juntava a guerra para garantir a vitória e receber os méritos. (2Sm 10).

Certo momento, Davi se lembra da casa de Saul e de seu grande amigo Jônatas, e pede que se procurassem alguém da casa de Jônatas para que Davi pudesse ajudar. Então informam a Davi que ainda havia um, o filho de Jônatas, Mefibosete, que era aleijado das duas pernas. Davi se compadece de Mefiboste por amor a seu amigo Jônatas, que mesmo morto não fora esquecido por Davi. Assim, Davi fez com que Mefibosete passasse a comer a mesa do rei, fazendo dele importante (2Sm 9).

Os pecados de Davi e suas consequências

Davi não foi um homem perfeito, na verdade o único que foi perfeito foi nosso Senhor Jesus. Davi teve erros em sua vida que lhe custaram muito caro, veremos os principais erros que ele cometera e a consequência de cada um deles.

Um dos mais famosos foi o adultério com Bate-Seba. Ela era uma mulher casada, e pior, com um dos soldados do rei, Urias. Davi ao vê-la de seu palácio se banhando se apaixona por ela. Manda que a trouxessem a sua presença e se relaciona com ela. Logo em seguida Bate-Seba engravida do rei. Para tentar fugir de sua responsabilidade, Davi dispensa Urias de sua responsabilidade para com o exército de Israel e manda que ele vá para casa. Porém, Urias se recusa a ir, por vezes ele prefere ficar com sua tropa, pois achava injusto somente ele poder desfrutar de seu lar enquanto o restante da tropa ficava ao relento. Davi ao ver que não se livraria assim tão fácil, trama em seu coração a morte de Urias. Davi dá ordens a Joabe, comandante de seu exército, para que deixassem Urias sozinho na batalha para que morresse. Assim foi feito, e Urias morreu, logo em seguida, assim que Bate-Seba terminou de chorar o luto da perda de seu marido, Davi a toma por esposa (2Sm 11).

Outro erro do rei foi em seus últimos dias, já no final de sua carreira, fazendo a contagem do povo. O Senhor estava enfurecido contra Israel e incita a Davi a fazer a contagem do povo (2Sm 24:1). Davi chama a Joabe e seus comandantes e pede que percorram a terra e contem o povo. Seus comandantes discordavam de tal pedido, mas prevaleceu a vontade do rei. E saíram e contaram todo o povo, algo que durou 9 meses e 20 dias. Foi contado 800 mil soldados em Israel e mais 500 mil em Judá.

Despois de ter recebido o número de seus comandantes, Davi se arrependeu do que fez, mas já era tarde, o Senhor não se agradara do que o rei havia feito (2Sm 24).

Esses pecados não ficaram impunes, reportaremos as consequências de cada um.
Ao tomar a mulher de Urias e logo em seguida mata-lo, Deus pune a Davi, prometendo que a espada não sairia de sua casa e que suas mulheres lhe seriam tiradas e dadas a outro.

De fato, não demorou muito para a calamidade entrar na casa do rei, seu filho Amnom se apaixona por Tamar, sua meio irmã, e trama para tê-la. Amnom se relaciona com sua irmã Tamar, irmã de Absalão. Tamar é forçada por Amnom a se relacionar com ele. Ao saber de tal ação Davi ficou furioso.

Absalão, outro filho de Davi e irmão de mesma mãe de Tamar tramou em seu coração se vingar de Amnom e passado certo tempo ele chama seus irmãos para um banquete e lá ele mata a Amnom para vingar o que tinha sido feito a sua irmã Tamar. Os demais filhos de Davi fogem e o rei ao ser informado da notícia chorou amargamente juntamente com os seus filhos. Logo em seguida Absalão foge (2Sm 13).

O rei com o passar do tempo permite o regresso de Absalão, mas no coração de seu filho já estava o desejo de matar seu pai e lhe tomar o lugar.

Absalão passa a fazer a cabeça do povo, contra o rei e a seu próprio favor. Absalão consegue depois de alguns anos apoio e ao ir para Hebrom com a desculpa de cumpri um voto ao Senhor, inicia assim a rebelião contra seu pai o rei.

Davi ao ser informado da rebelião foge de Jerusalém, mas procura deixar alguns para trás a fim de informa-los de tudo que se passasse em seu palácio. Além de dez de suas concubinas ficaram cuidando do palácio.

Como Deus havia avisado, Absalão foi orientado a tomar as concubinas de seu pai e ter relações com elas na frente de todo o povo e assim o fez.

Davi fugira de seu filho e junto com ele grande quantidade de soldados. Davi não queria que uma guerra se iniciasse terminando com grande matança e também não queria que seu filho morresse, pois o amava.

Absalão e seu exército passa a perseguir ao rei, mas o rei pede que não fizessem mal a seu filho. Quando a batalha começou, Joabe liderava o exército. Quando as tropas de Davi saíram contra Israel, lhe fizeram grande massacre, onde 20 mil homens de Israel foram mortos. O bosque onde ocorrera a luta matou mais que a espada (2Sm 18:8).

Absalão estava na batalha e ao se deparar com os homens de Davi, Absalão foge em seu jumento, mas acaba ficando com a cabeça presa nos densos ramos de um grande carvalho, assim Absalão fica pendurado no ar. Um dos soldados ao ver a situação conta tudo a Joabe, este então perfura o coração de Absalão com dardos e depois 10 de seus homens terminam de matar o filho do rei e jogam seu corpo em uma grande cova e jogaram pedras sobre o corpo.

Ao ser informado da noticia o rei chorou amargamente. Em seguida o rei voltou para seu palácio e reinou novamente sobre toda terra.

Outra consequência se deu na contagem do povo, o Senhor não se alegrou do que o rei havia feito, e mandou o profeta Gade ir falar com o rei. Deus manda que Gade pergunte a Davi qual a punição que ele queria que fosse feita; 7 anos de fome, 3 meses de fuga dos inimigos ou 3 dias de praga sobre a terra. Davi prefere cair nas mãos do Senhor, pois cria que Deus seria misericordioso. Assim Deus enviou seu anjo que enviou uma praga sobre Jerusalém e matou 70 mil homens, quando Davi viu o anjo, pediu a Deus que punisse ao rei que pecou e não ao povo (2Sm 24:17). Deus cessa a praga e manda que o anjo retire a mão contra o povo (2Sm 24:16).

Davi errou, mas se arrependeu e sentiu na própria pele as pesadas consequências de seus erros. Logo após a praga cessar, o rei compra o campo de Araúna, onde o anjo ficou, para ali edificar um altar ao Senhor, e mesmo o dono querendo oferecer de graça ao rei, o rei recusou, pois não poderia oferecer ao Senhor algo que não lhe tivesse custado nada (2Sm 24:19-25).

A grande fome e nova guerra

Durante o reinado do rei Davi, ocorreu uma grande fome que durou 3 anos. Isso ocorreu pelo fato de Saul, antigo rei, ter tentado aniquilar os gibeonitas. Os israelitas tinham feito uma aliança com eles, mas Saul ao tentar mata-los, feriu essa aliança e a ira do Senhor se levantou, permitindo a grande fome.

Ao consultar o Senhor este lhe revelou o motivo da fome, Davi então procura os gibeonitas e lhes pergunta o que eles queriam da parte do rei, e os gibeonitas lhes responde que queriam que sete homens da família de Saul fossem enforcados. Assim, Davi entregou sete descendentes de Saul aos gibeonitas e estes os enforcaram, mas Davi poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, por amor a seu amigo.

Logo em seguida a fome cessou (2Sm 21:1-14).

Os filisteus logo em seguida, voltaram a atacar a Israel, os filisteus tinham em seu povo homens gigantes, mas o Senhor era com Davi e todos foram mortos por Davi e seus soldados (2Sm 21:15-22).

Últimas ações do rei

O rei Davi já em sua velhice, como toda pessoa de idade, já tinha suas limitações. Então aconselharam ao rei, que fosse permitido procurar uma moça virgem para cuidar do rei e dormir ao seu lado para lhe esquentar do frio. Assim foi feito, mas mesmo a moça sendo bonita o rei não se relacionou com ela.

Adonias, um dos filhos de Davi, tentou se tornar rei em lugar de seu pai. Ele usa de uma estratégia parecida com a que seu irmão Absalão usara para chegar ao trono. Sacrificou animais e fez um banquete, porém o rei de nada sabia. O profeta Natã ao saber avisa a Bate-Seba, mãe de Salomão, o que estava acontecendo. Davi havia prometido a ela que Salomão é quem reinaria, com isso Bate-Seba vai a presença do rei, com toda a reverencia e lhe conta tudo o que estava acontecendo sem o conhecimento do rei.

Ao saber do que ocorrera, Davi manda chamar o profeta Natã, sua mulher Bate-Seba, o sacerdote Zadoque, Benaia e Salomão. A ordem era levar Salomão para Giom e ali ungilo rei em lugar de Salomão. Foi feito como o rei ordenou e Salomão passou a sentar no trono real e a reinar em lugar de seu pai (1Rs 1:5-53).

Davi antes de morrer aconselha seu filho Salomão, um dos conselhos foi para que o novo rei nunca deixasse de seguir ao Senhor e que ele guardasse os mandamentos do Senhor teu Deus, e assim Deus confirmaria o reino a Salomão se ele desta forma agisse (1Rs 2:1-9).

Logo em seguida Davi morre e é sepultado na Cidade de Davi.

Considerações Finais

Davi começou seu reinado com 30 anos de idade, reinou 40 anos sobre todo o Israel, 7 anos em Hebrom e 33 dias em Jerusalém (1Rs 2:11).

Davi teve muitas esposas sendo elas, Mical, Abigail, Aionã, Maaca, Hagite, Abital e Eglá (2Sm 3:2-5).

Teve também muitos filhos, Amnom, Quibabe, Absalão, Adonias, Safatias, Itreão (2Sm 3:2-5); outros de seus filhos são, Samura, Sababe, Natã, Salomão, Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliadá e Elifelete (2Sm 5:14-16), além de Tamar (2Sm 13:1).

O reinado de Davi é sem dúvidas um dos grandes reinados da história de Israel, e o rei Davi é lembrado até os dias de hoje pelo grande homem que foi. Não apenas um rei, mas também um pastor de ovelhas, um grande músico, poderoso guerreio e estrategista e um líder nato.

Que possamos aprender com a história de Davi, atendo aos erros para não cometermos os mesmos, nos lembrando que sendo homem está sujeito a erros, mas também observando o temor e reverencia ao Senhor Deus, que o abençoou e o amou.

Referência

DEUS. Bíblia Almeida Século 21. 3. ed. SÃo Paulo: Vida Nova, 2013. 1075 p.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ranking Embaixadores do Rei - Embaixada Pastor Henrique Gomes

Ano de 2025  1 -  Danniel Lorosa: 375,5 pontos 2 - Samuel Moraes: 340 pontos 3 - Nicolas dos Reis: 318,5 pontos 4 - Marcos Vinícius: 290 pontos 5 - Pierry da Costa: 280 pontos 6 - Danillo Jandre: 268,5 pontos 7 - Vitor Manoel: 249 pontos 8 - Alexsandro Miguel: 226,50 pontos 9 - Guilherme Andrade: 182,5 pontos 10 - Íthalo Gomes: 177,50 pontos 11 - Pedro Gabriel: 166 pontos 12 - Otávio: 160 pontos 13 - Alessandro Castro: 153 Pontos 14 - Gabriel Abugeber: 128 pontos 15 - Davi Andrade: 116 pontos  16 - Pedro Henrique: 95 pontos 17 - Vitor de Moura: 69 pontos 18 - Thailon: 67,50 pontos 19 - Miguel: 41 Pontos 20 - Yuri: 40 pontos 21 - Leandro: 30 pontos 22 - Luís Fabiano: 15 pontos 23 - Oseias: 10 pontos 24 - Gabriel Crispim: 6 pontos 25 - Arthur Bernardo: 6 pontos 26 - Igor: 5 pontos 27 - Lorran: 3 pontos

PRINCÍPIO DAS DORES, O PRINCÍPIO DO FIM: A CRONOLOGIA DO SINAL DO FIM DOS TEMPOS APRESENTADA POR JESUS NOS EVANGELHOS SINÓTICOS

  INTRODUÇÃO Quando se fala em fim dos tempos, ou fim do mundo, é notório que esse tema gera em muitos medo e calafrios. Há aqueles que nem sequer gostam de tratar ou estudar tal assunto, tamanho pavor que se cria essa temática. Por outro lado, há também aqueles que se interessam e buscam elucidar um tema que ao longo da história levantou tantos debates e gerou tantas controvérsias. Verdade seja dita, não é um tema fácil, mas tanto os que creem em Deus, ou deuses, tanto os que não têm credo nenhum, admitem que um dia tudo o que se conhece irá ter um fim, uma destruição e que o mundo, como hoje é conhecido, será destruído. O que muda são as formas que cada um acredita de como tudo isso se dará, quer com a volta de Cristo, com um apocalipse zumbi, ou mesmo a explosão de uma estrela próxima de nosso planeta, como o Sol. Tendo em mente a certeza de que tudo o que existe, toda a natureza, humanidade, a mais bela paisagem, bem como o mais terrível lugar, tudo um dia passará a não exi...

Resenha comentada livro: O Pastor Aprovado - Richard Baxter

  O Pastor Aprovado – Richard Baxter Destacarei em breves linhas as partes do livro que mais falaram comigo a cerca desse chamado tão importante e essencial, e que ao mesmo tempo é tão difícil e laborioso. Como bem abordado no livro, ser pastor vai muito além de abrir a bíblia e começar e declinar sobre os textos contidos nela, vai muito além de visitar os doentes e desanimados e vai muito além das quatro paredes de um templo. O livro trouxe-me uma percepção muito maior do grande ofício que o Senhor deixou para seus servos, o de apascentar suas ovelhas, como o Mestre orienta a Pedro em João 21:15-17. Pastorear requer devoção, intimidade com Deus, zelo pelo rebanho que lhe foi confiado e certeza de que sozinho não se faz nada. Assim, abordarei alguns destaques brevemente, pois, meu desejo enquanto lia, era de sublinhar toda a obra de tão rica e atual que ela é, mesmo se tratando de uma literatura do século 17. “Desistir dos nossos irmãos e colegas é um mal sem remédio; é um er...