Tabernáculo
O Tabernáculo,
ou tenda, foi algo que Deus orientou ao seu povo fazer, por volta de 1450 a.C.,
logo após a saída do cativeiro egípcio, esse seria o local sagrado onde Deus
habitaria e também seria uma forma de Deus habitar no meio de seu povo, conforme
em: Êxodo 25:8,9 “E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para
modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis.”
Deus amava o
seu povo escolhido, com o Tabernáculo Deus poderia estar entre eles, no
Tabernáculo o povo poderia oferecer sacrifícios a Deus, tanto para terem seus
pecados perdoados como também para adorara ao Senhor. Então o povo começa a ofertar
todo tipo de material para a construção do Tabernáculo, ouro, prata, purpura entre
outras coisas.
Forma e utensílios
O
tabernáculo era uma tenda retangular muito grande, feita de várias
camadas de cortinas de linho fino trançado e fios de lã azul-celeste, apoiadas
em colunas de madeira de acácia revestidas com metais preciosos. À volta da
tenda havia um pátio retangular, delimitado por mais cortinas e
colunas. O lugar Santo e Santíssimo tinha um comprimento de 13,72 m.
A largura do tabernáculo era de 4,57 m, e a altura era de 4,57 m, internos. Temos
ainda a largura e comprimento do pátio do tabernáculo, o comprimento era de
45,72 m e sua largura era de 22,86 m.
O
povo ficava no pátio do tabernáculo, onde os sacerdotes ofereciam os sacrifícios no
altar dos holocaustos e abençoavam o povo. Uma bacia de bronze com água ficava
à entrada da tenda, para os sacerdotes se lavarem antes de entrarem (Êxodo
30:19-21).
Dentro
da tenda havia um candelabro, que iluminava o local, e uma mesa, onde se
colocavam 12 pães. Esse era o Lugar Santo, onde apenas os sacerdotes
podiam entrar. No fundo da tenda havia uma parte separada por um grande véu,
que era o Lugar Santíssimo (Êxodo 26:31-33). Ali ficava a Arca da
Aliança, que era o grande símbolo da presença de Deus. Dentro da
arca continha o maná que caiu do céu, a vara de Arão que floresceu e as tábuas
com os dez mandamentos¹. Sobre a arca tinham dois querubins.
Do
lado de fora, junto do véu, ficava o altar do incenso. Uma vez por ano, o sumo
sacerdote entrava no Lugar Santíssimo para oferecer um sacrifício pelos pecados
de todo o povo. Ninguém mais podia entrar nesse lugar tão sagrado.
Os
principais utensílios do templo eram, a arca da aliança que representava a
presença de Deus, o candelabro de ouro, o altar do incenso e óleo da unção, o
altar dos holocaustos para oferecer as ofertas ao Senhor (no altar tinham recipientes
para as cinzas, pás, bacias de aspersão, garfos para a carne e braseiros); e a
bacia de bronze para se lavaram se purificando.
Sacerdote
O
sacerdote tinha uma vestimenta própria para realizar o seu trabalho no
tabernáculo, e somente os levitas poderiam exercer tal função, era algo
exclusivo da tribo de Levi, montar e desmontar a tenda, realizar os trabalhos e
fazer os sacrifícios.
A roupa do
sacerdote era constituída por um peitoral, um colete sacerdotal, um manto, uma
túnica bordada, um turbante e um cinturão². Além disso tinham em seu peito haviam
pedras preciosas com o nome das doze tribos de Israel. Essa roupa se chamava
efod.
Todo o
sacerdote tinha de passar por um ritual de consagração, deveriam tomar um
novilho e dois cordeiros sem defeito, fazer bolos e pães sem fermento e
amassados com azeite, tomar tudo e levar à entrada da tenda. O sacerdote antes
deveria se purificar, lavando-se em água e vestindo a roupa sacerdotal. Já na
entrada da tenda deveria por a mão sobre a cabeça do novilho e imolá-lo diante
do Senhor e depois de todo o ritual o animal seria queimado sobre o altar. Esse
seria o holocausto consagrado ao Senhor.
Sacrifício
No Antigo
Testamento, o sacrifício era a única maneira de alguém se aproximar de Deus e
restaurar o relacionamento com Ele. Havia mais do que um tipo de oferta ou
sacrifício, e esta variedade tornava-os mais significativos porque cada um estava
relacionado a uma situação específica da vida. Os sacrifícios eram oferecidos
em louvor, adoração e agradecimento e também para perdão e comunhão.
Muito vemos
no Antigo Testamento o povo oferecendo sacrifício ao Senhor como forma de ter
seus pecados perdoados, até mesmo pelos pecados que poderiam ter sidos
cometidos sem eles saberem, como o caso de Jó que oferecia sacrifícios pela
possibilidade de seus filhos terem pecado contra o Senhor. Este tipo de sacrifício
vamos destacar agora, para remissão de pecado cometido contra o Senhor ele
oferecido um animal, geralmente um novinho,
macho sem defeito e o sacerdote colocava a mão sobre a cabeça do animal
e então imolava-o na presença do Senhor, em seguida aspergia o sangue do animal
diante do véu do santuário³ sete vezes.
Uma das
ofertas mais bonitas que eu considero, são as ofertas pacíficas, em geral
movidas por gratidão. Além de imolar um animal, era oferecido ao Senhor também
bolos e pães sem fermento amassados com azeite, o sangue era aspergido e o
animal queimado. Tudo era consumido no mesmo dia, era uma forma de Deus e o
ofertante estarem em comunhão, como se o Senhor comesse à mesa junto de quem oferecia
a oferta, a final só se come junto com alguém que está em paz com você.
Festas
Páscoa: celebrada
em 14 de Nisã (entre Março e Abril), com o propósito de lembrar a libertação do
povo de Israel do Egito. Na ocasião um cordeiro era morto e comido e servido
com ervas amargas e pães sem fermento (Êx 12:1-14; Lv 23:5; Jo 2:13)
No Novo Testamento vemos que Jesus
morreu na Páscoa e ao terceiro dia ressuscitou, desde então celebramos a sua
morte e ressureição.
Festa dos
Pães Asmos: celebrada entre 15 e 21 de Nisã (entre Março e Abril),
com o propósito de lembrar como os israelitas foram tirados por Deus às pressas
do Egito. Eram preparados pães sem fermento e reuniões de adoração eram
realizadas (Êx 12:15-20; 13:3-10; Lv 23:6-8; Mc 14:1,12)
Primícias
(ou Primeira Colheita): celebrada em 16 de Nisã (entre Março e Abril),
com o propósito de reconhecer que os frutos da terra vinham de Deus e a
colheita era fruto de sua benignidade. Na ocasião os primeiros frutos das
colheitas eram ofertados (Lv 23:9-14)
Festa das
Semanas (ou Petencostes): celebrada em 6 de Sivã (entre Maio e Junho), com
o propósito de mostrar alegria e gratidão a Deus pela colheita obtida. Era
realizada cinquenta dias depois da oferta das primícias, e celebrava a colheita
do trigo (Êx 23:16; Lv 23:15-21; At 2:1).
Trombetas
(Rosh Hashaná ou Ano Novo): celebrado em 1 de Tisri (entre Setembro e
Outubro), com o propósito de comemorar o início do ano civil. Esse era um dia
de descanso e de fazer ofertas, onde as trombetas e os chifres eram tocados o
dia inteiro (Lv 23:23-25; Nm 29:1-6)
Dia da
Expiação (Yom Kippur): celebrado em 10 Tisri (entre Setembro e Outubro),
com o propósito de oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes e do povo
e purificar o santuário. Era um dia de descanso e jejum, onde sacrifícios eram
oferecidos (Lv 16; 23:26-32; Hb 9:7).
Festa dos
Tabernáculos (ou Cabanas): celebrado entre 15 e 21 de Tisri (entre Setembro
e Outubro), com o propósito de lembrar a peregrinação do povo de Israel pelo
deserto. Consistia numa semana de festa por causa da colheita dos frutos, o
povo habitava em cabanas e oferecia sacrifícios (Lv 23:33-36,39-43; Jo 7:2,37).
Santa
Convocação: celebrado em 22 de Tisri (entre Setembro e Outubro),
com o propósito de comemorar o encerramento do ciclo de festividades. Era um
dia de convocação, descanso e oferta de sacrifícios (Lv 23:36; Nm 29:35-38)
Festa de
Purim: celebrada em 14 e 15 de Adar (entre Fevereiro e Março),
com o propósito de comemorar a libertação dos judeus no Tempo de Ester. Era um
momento de grande alegria e festividades, e o livro de Ester era lido (Et
9:18-32).
Lua Nova: celebrado
no primeiro dia do mês lunar com o propósito de celebrar o início do mês lunar
com festas religiosas. As atividades comerciais também eram suspensas (Nm
10:10; 28:11-15; 1Sm 20:5-20; 2Rs 4:23; Am 8:5).
Ano de
Descanso (ou Ano Sabático): celebrado a cada sete anos com o propósito de
dar descanso para a terra. Durante o Ano Sabático as terras não eram cultivadas
(Êx 23:10-11; Lv 25:1-22; Dt 15:1-18).
Ano do
Jubileu: celebrado a cada cinquenta anos com o propósito de
ajudar os pobres e preservar a ordem social. Ocorria a libertação dos escravos
e a devolução das terras aos donos originais (Lv 25:8-11; 27:17-24; Nm 36:4).
Além dessas festividades
judaicas citadas no Antigo Testamento, vale lembrar que também havia a festa
extrabíblica de Hanukah, conhecida como “Festa das Luzes” ou “Festa da
Dedicação” (gr. enkainia) conforme João 10:22. Essa é uma
celebração em referência a recuperação e purificação do Templo de Jerusalém por
Judas Macabeu, em 164 a.C., após a profanação efetuada por Antíoco IV Epifânio.
Bibliografia
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significado? ca 2016. Disponível em:
<https://www.respostas.com.br/tabernaculo/>. Acesso em: 13 set. 2019
CONSTA, NÃo. O que é um sacerdote? ca
2016. Disponível em: <https://www.respostas.com.br/sacerdote/>. Acesso
em: 26 set. 2019.
COSTA, Maria Helena. Explicando Levítico _ Sacrifícios de
animais. 2014. Disponível em: <https://entendaapalavradedeus.blogs.sapo.pt/explicando-levitico-_-sacrificios-de-57669>.
Acesso em: 26 set. 2019.
CONEGERO, Daniel. Festas Judaicas e Dias Sagrados do
Antigo Testamento. ca 2017. Disponível em: <https://estiloadoracao.com/festas-judaicas/>.
Acesso em: 26 set. 2019
BÍBLIA KING JAMES
ATUALIZADA (BKJ). SÃo Paulo: Sociedade BÍblica Ibero-americana,
2012.
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